quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Casos políticos daqui e alhures

 

 

Pedro Coimbra

ppadua@navinet.com.br

 

Terminadas as eleições municipais de 2012, enquanto muitos se debruçam a teorizar como melhorar nosso sistema de representatividade democrática, decepcionados com a aparente renovação das Câmaras de Vereadores, o cronista se debruça em lembranças do folclore político.

Do notável político que foi Israel Pinheiro, forçado a se candidatar ao governo de Minas Gerais, em substituição a Sebastião Paes de Almeida, o Tião Medonho, vetado pela Justiça Eleitoral. Israel Pinheiro, a quem JK delegou a construção de Brasília, foi um dos personagens mais caluniados e difamados do seu tempo. Em 1968, na inauguração de uma estrada próxima a Bocaiúva, o fotografei tentando visualizar os sapatos, o que a proeminente barriga já impedia. Morreu pobre para desilusão de seus desafetos políticos.

Neste mesmo evento a figura do Coronel Mário Andreazza, cabelos grisalhos,bronzeado, trajando uma legitima camisa Lacoste e fumando cigarros americanos, já proibidos na época. Nadou e morreu na praia, nunca alcançando seu sonho de ser presidente da República.

Bocaiúva era a cidade natal de José Maria Alkmin, raposa da política mineira e brasileira, cuja esperteza foi eternizada pelo jornalista Sebastião Nery, que se especializou no tema do folclore político.

Dele se contava que ao chegar a uma cidade abraçou um eleitor e perguntou pelo senhor seu pai.

Assustado o rapaz respondeu-lhe que seu pai havia falecido há muito tempo.

- Faleceu para você, filho ingrato. Pois permanece para sempre na minha memória – respondeu o esperto José Maria Akmin, para o filho estupefato.

Da mesma época o causo que envolve Negrão de Lima, eleito governador da Guanabara na mesma época que Israel Pinheiro.

Cumpriu seu mandato até os últimos dias, protegido pelo Marechal Castelo Branco, pois teria sido o avalista do seu namoro com Dona Argentina, sua esposa, em Belo Horizonte.

Desta época também a lembrança do jornalista e escritor Sérgio Danilo, que teve um piriqipaqui na Assembléia Legislativa, e foi salvo pelo socorro emergencial do médico e deputado Sylvio Menicucci. Logo depois, o Dr. Sylvio Menicucci fez um pronunciamento contra a cassação de JK e acabou perdendo seu mandato político.

Das lembranças locais, o caso da candidatura do tintureiro e líder dos negros lavrenses, José Anselmo, o "Zé da Lina".

Candidato à vereador de Lavras, no dia da apuração passou defronte ao Forum velho, na Rua Benedito Valadares e um amigo, de uma das janelas do casarão fez-lhe um sinal com o dedo indicador.

- Mil votos? – perguntou "Zé da Lina", exultante.

- Não...Um voto – o outro respondeu-lhe, para sua decepção.

Quase todas as cidades do Brasil contam a história do cidadão que se candidata a vereador, e acaba por ter somente o seu voto, com a ausência do da esposa. Dizem que em Lavras tal deslize acabou em pancadaria.

Dois casos muito lembrados são do vereador que disse, durante uma sessão da Câmara Municipal, que teria deixado alguns papéis importantes em sua Nobre geladeira, e o outro de uma equipe de advogados designados para acompanhar as eleições. Chamados por telefone para comparecer no Paulo Menicucci dirigiram-se ao local onde havia vários pessoas sentadas.

Um dele perguntou:

- Nenhuma normalidade por aqui?

- Tudo tranquilo – respondeu o enfermeiro.

Na verdade estavam no local errado. Ali era a Casa de Saúde Paulo Menicucci e a confusão era na Escola Paulo Menicucci...

E para finalizar, a história de Sineval Godinho, candidato a vereador e cujo nome apareceu em primeiro lugar em uma pesquisa.

No frigir dos ovos, Sineval que hoje faz campanha no céu, foi o último colocado...

Seguindo no trem azul

Estava deitado no sofá, enfrentando a onda de calor repentino, dormitando e ouvindo uma seleção de sucessos do Roupa Nova, banda que surgiu em 1980, e mantém até hoje sua formação original, composta por Paulinho, Serginho Herval, Nando, Kiko e Cleberson Horsth.

            Eles entoavam "Seguindo no trem azul":

"Confessar

Sem medo de mentir

 Que em você

Encontrei inspiração

Para escrever..."

            Olhos entreabertos viram um vulto na poltrona a minha frente, sem camisa, bigode e cabelos grandes, já grisalhos e uma latinha de Bhama na mão.

            - Ô, cara! Acende meu cigarro.

            Era sem dúvida nenhuma, o espírito do meu amigo, Du Venerando, atraído pelo festival de músicas do conjunto que  mais vezes promovera em Lavras, num vídeo perfeito, em que pareciam sair da tevê LED para o ambiente da sala.

            E começou a falar de arranquinho, como era seu hábito, contando-se as aventuras que enfrentara para trazer grandes shows no recém-inaugurado Ginásio Poliesportivo do LTC.

            - Eu trouxe o RPM – ele disse e que era a maior banda do rock brasileiro.

            Pensei em lhe dizer que na atualidade o que estava fazendo sucesso era o talsertanejo universitário, com muitas duplas que faziam sucesso e levavam três vezes mais pessoas aos shows atuais do que os antigos sucessos de antigamente.

            - Você se lembra como transformava a FM Rio Grande, em "Rádio Roupa Nova" ou "Rádio RPM" na semana que antecipava o evento? – me perguntou.

            Um carro de campanha política passou com o som altíssimo o que fez que sorrisse e sua imagem se desvanecesse, ficando apenas sua última imagem e sua voz:

- Vou bater uma bolinha – e com a raquete de tênis sumiu definitivamente.

De tanto conversar com ele sabia que detestava a política partidária, num tempo que lhe cabia carregar um equipamento de som mastodôntico para todos os lugares onde haveria comício e não adiantava tentar discutir nada com o pai.

- Traíram o "velho" – ele dizia justificando para mim a derrota do pai, Leonardo Venerando, considerado sempre como candidato invencível.

Du Venerando  cumpriu também, por alguns anos, a missão de erguer um palanquinho de madeira, na Padaria Rocha, seu "point" preferido, contratar os músicos do Demá e um veículo qualquer que servisse de transporte para os foliões que chegavam de fora para desfilarem na Banda do Funil.

Finalmente, o que era uma brincadeira familiar cresceu tanto que acabou tendo a necessidade de se institucionalizar, o que foi o seu fim.

Daqueles tempos ficaram apenas as lembranças trazidas por uma criatura vinda do mundo dos sonhos e que solfejava:

"Confessar

Sem medo de mentir

Que em você

Encontrei inspiração

Para escrever..."

domingo, 28 de outubro de 2012

A loura que me persegue

 

Pedro Coimbra


 

           

Neste mundão de Deus, segundo afirma meu amigo Bernardo, todos nós temos os nossos perseguidores.

            A mulher de branco é um deles. Aparece a qualquer hora na sua frente, de preferência no banheiro da sua escola, com as narinas tampadas por chumaços de algodão. Só assusta e não fazia mal a ninguém.

         Mas, cada um de nós cumpre seu destino.

         O meu é todas as vezes que tenho que participar de eleições me encontrar com uma loura linda na ante sala da minha seção.

         É muito bonita, elegante e sensual no seu vestido drapeado.

         Todas às vezes me fala em francês, em Liberté, Egalité e Fraternité.

         Quem descobriu quem era foi Bernardo. Chama-se Marianne e representa a República Francesa.

            Ela quer que tenhamos ideais democráticos no meio de tanta confusão ideológica.

            Ideológica, não. Uma verdadeira “república de bananas” em que cada um defende seus interesses pessoais.

            Toas às vezes eu acabo ouvindo seus conselhos e sempre me dou mal.

            Mas, Marianne é uma graça de mulher, um verdadeiro anjo ao meu lado!

            - Acredite que um dia tudo vai mudar e o povo vai saber o porquê de tomar determinadas atitudes – ela diz.

            Sempre digo para ela que temos um sistema informatizado que nem mesmo o USA tem. Mas, nossos representantes são um desastre, bastando verificar o que gastamos para eleger um prefeito do interior.

            - A eleição no Brasil deveria voltar a época da República Velha, com as listas dos coronéis – digo em voz alta.

            É engraçado que o Golpe de 64 não tenha conseguido acabar com as eleições.

            - A continuar do jeito que vai, nós mesmo vamos conseguir acabar com elas – penso em voz alta.

Prefiro Marianne ao curupira que é um ser fantástico, que segundo a crença popular, habita em florestas. É descrito como um menino, cabelos cor de fogo e pés com calcanhares para frente que confundem os caçadores. Gosta de sentar nas sombras das mangueiras e se deliciar com os frutos.

Nosso grande problema é que não temos mais florestas e nem mangueiras.

Chego bem próximo de Marianne até que ela desaparece no entardecer e fico com minhas dúvidas...

 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Biografias não-autorizadas

 

 

Pedro Coimbra

ppadua@navinet.com.br

 

 

         Terminando a primeira parte do meu romance "Meus amores, Mariana e Bruna" enfrento o problema de criar uma biografia não-autorizada de um personagem chave da história, pois mesmo sendo fictícia tem que ser plausível, caso contrário, tudo pode dar errado.

         Faço isso de olho no julgamento do Mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e principalmente do réu Zé Dirceu.

Ele nasceu em Passa-Quatro, em 16 de março de 1946 e é um político e advogado com base política em São Paulo.

Foi líder estudantil entre 1965 e 1968, ano em que foi preso em Ibiúna, no interior de São Paulo, durante uma tentativa de realização do XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Naquela época, em Belo Horizonte, todos diziam que outro líder e presidente da UNE, Luís Travassos, era muito melhor do que Zé Dirceu., que em setembro de 1969, com mais quatorze presos políticos, foi deportado do país, em troca da libertação do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick.

Foi deportado para o México e mais tarde exilou-se em Cuba, onde. fez plásticas e mudou de nome para não ser reconhecido em sua tentativas de voltar ao Brasil após ser exilado.

Ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT), do qual foi presidente nacional durante a década de 1990.

Foi deputado estadual constituinte por São Paulo, e, em 1991, 1998 e 2002 elegeu-se deputado federal. Em janeiro de 2003, após tomar posse na Câmara dos Deputados, licenciou-se para assumir o cargo de Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, no governo Lula, onde permaneceu até junho de 2005, quando deixou o Governo Federal acusado, por Roberto Jefferson de ser o mentor do Escândalo do Mensalão.

Teve seu mandato de deputado federal cassado no dia 1º de dezembro de 2005, tornando-se inelegível até 2015.

O Luís Travassos, que muitos julgavam melhor do que Zé Dirceu foi um líder estudantil brasileiro durante a ditadura militar, preso e deportado do país durante o sequestro do embaixador.

Travassos foi um dos líderes e organizadores da Passeata dos 100 Mil, manifestação popular da sociedade civil que reuniu 100 mil participantes, no centro do Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1968, contra o governo militar.

Após dez anos de exílio em Cuba e na Alemanha, Travassos retornou ao país dois meses depois da publicação da Lei da Anistia, em 1979.

Ingressou no Partido dos Trabalhadores (PT) e morreu no Rio de Janeiro, aos 37 anos, vítima de um acidente de carro no Aterro do Flamengo.

Biografia não-autorizada também é a de Dom Pedro I, mulherengo e que segundo Laurentino Gomes, assumiu um país quebrado e as vésperas de uma guerra civil e que acabou dando certo.

Nosso conselho a Zé Dirceu é que entre com os recursos possíveis contra a decisão do STF, cumpra sua pena e desista de manter o PT por anos no poder.

E que se mude definitivamente para São Miguel dos Milagres, em Alagoas e envelheça por entre praias desertas, coqueirais, vilas e um mar verde esmeralda.

Muito melhor do que tentar exercer o cargo de síndico em qualquer lugar do Brasil.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Casos políticos daqui e alhures




Pedro Coimbra






 

Terminadas as eleições municipais de 2012, enquanto muitos se debruçam a teorizar como melhorar nosso sistema de representatividade democrática, decepcionados com a aparente renovação das Câmaras de Vereadores, o cronista se debruça em lembranças do folclore político.

Do notável político que foi Israel Pinheiro, forçado a se candidatar ao governo de Minas Gerais, em substituição a Sebastião Paes de Almeida, o Tião Medonho, vetado pela Justiça Eleitoral. Israel Pinheiro, a quem JK delegou a construção de Brasília, foi um dos personagens mais caluniados e difamados do seu tempo. Em 1968, na inauguração de uma estrada próxima a Bocaiúva, o fotografei tentando visualizar os sapatos, o que a proeminente barriga já impedia. Morreu pobre para desilusão de seus desafetos políticos.

Neste mesmo evento a figura do Coronel Mário Andreazza, cabelos grisalhos,bronzeado, trajando uma legitima camisa Lacoste e fumando cigarros americanos, já proibidos na época. Nadou e morreu na praia, nunca alcançando seu sonho de ser presidente da República.

Bocaiúva era a cidade natal de José Maria Alkmin, raposa da política mineira e brasileira, cuja esperteza foi eternizada pelo jornalista Sebastião Nery, que se especializou no tema do folclore político.

Dele se contava que ao chegar a uma cidade abraçou um eleitor e perguntou pelo senhor seu pai.

Assustado o rapaz respondeu-lhe que seu pai havia falecido há muito tempo.

- Faleceu para você, filho ingrato. Pois permanece para sempre na minha memória – respondeu o esperto José Maria Akmin, para o filho estupefato.

Da mesma época o causo que envolve Negrão de Lima, eleito governador da Guanabara na mesma época que Israel Pinheiro.

Cumpriu seu mandato até os últimos dias, protegido pelo Marechal Castelo Branco, pois teria sido o avalista do seu namoro com Dona Argentina, sua esposa, em Belo Horizonte.

Desta época também a lembrança do jornalista e escritor Sérgio Danilo, que teve um piriqipaqui na Assembléia Legislativa, e foi salvo pelo socorro emergencial do médico e deputado Sylvio Menicucci. Logo depois, o Dr. Sylvio Menicucci fez um pronunciamento contra a cassação de JK e acabou perdendo seu mandato político.

Das lembranças locais, o caso da candidatura do tintureiro e líder dos negros lavrenses, José Anselmo, o "Zé da Lina".

Candidato à vereador de Lavras, no dia da apuração passou defronte ao Forum velho, na Rua Benedito Valadares e um amigo, de uma das janelas do casarão fez-lhe um sinal com o dedo indicador.

- Mil votos? – perguntou "Zé da Lina", exultante.

- Não...Um voto – o outro respondeu-lhe, para sua decepção.

Quase todas as cidades do Brasil contam a história do cidadão que se candidata a vereador, e acaba por ter somente o seu voto, com a ausência do da esposa. Dizem que em Lavras tal deslize acabou em pancadaria.

Dois casos muito lembrados são do vereador que disse, durante uma sessão da Câmara Municipal, que teria deixado alguns papéis importantes em sua Nobre geladeira, e o outro de uma equipe de advogados designados para acompanhar as eleições. Chamados por telefone para comparecer no Paulo Menicucci dirigiram-se ao local onde havia vários pessoas sentadas.

Um dele perguntou:

- Nenhuma normalidade por aqui?

- Tudo tranquilo – respondeu o enfermeiro.

Na verdade estavam no local errado. Ali era a Casa de Saúde Paulo Menicucci e a confusão era na Escola Paulo Menicucci...

E para finalizar, a história de Sineval Godinho, candidato a vereador e cujo nome apareceu em primeiro lugar em uma pesquisa.

No frigir dos ovos, Sineval que hoje faz campanha no céu, foi o último colocado...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Voltar no tempo


Pedro Coimbra

ppadua@navinet.com.br




Desde que recentemente eu disse que todo escritor era um mentiroso, as pessoas andam olhando-me de esguelha, como se eu fosse um mitomaníaco constantemente a espreita para atacar a dura realidade.

Outra dia contei para o repórter Marco Aurélio Bissoli sobre o dia em que estava no apartamento do cineasta Mario Fiorani e da Marilu, sua mulher, localizado na Rua República do Peru, em Copacabana.

Que era sábado, tenho certeza, porque os “open bar”, verdadeiras baladas, só aconteciam neste dia da semana.

Das mulheres não se exigia nada, a não ser beleza, inteligência e dos homens um litro de qualquer bebida.

O apartamento era enorme, construção antiga, do início dos anos cinquenta.

Os grandes temas eram o cinema, teatro e música. Naquele espaço davam o “ar da graça” gente de cinema, das artes dramáticas, cantoras e cantores, agitadores culturais e políticos, o que fazia dali um “point” conhecido no Rio de Janeiro.

Certo dia, flanava eu por ali, quando alguém, se lembro bem, o cineasta Leon Hirzman, autor de “A falecida”, mais um pequeno grupo me convidou para acompanhá-los a um apartamento onde iriam ouvir uma audição de uma cantora baiana recém chegada à Cidade Maravilhosa.

Jovem e com algum outro interesse imediato em algum “rabo de saia” agradeci o convite e fui fazer um “tour” pela sala.

Ao voltarem me disseram que a moça era muito tímida, cantava tão bem como João Gilberto e se chamava Maria da Graça...

- Meu Deus!- diz Bissoli, que chama Caetano de Caê e Milton Nascimento de Bituca – A maior cantora do Brasil! Maior do que Elis Regina... – ele diz.

E deve estar pensando até hoje como perdi essa oportunidade de conhecer Maria da Graça Costa Penna Burgos, a Gal, em começo de carreira e sem toda aquela “proteção” que é dispensada as estrelas.

Reviver fatos do passado sempre é bom, como aconteceu reencontrar depois de anos Aloísio Teixeira Garcia, ícone da nossa juventude como militante do movimento estudantil em Minas Gerais.

Na vida pública, foi Secretário da Educação e da Cultura, Presidente da Cohab, do IBC, da UMA Centro Universitário e da Faculdade de Ciências Gerenciais de Manhuaçu.

É também membro da Academia Mineira de Letras e Cultura de Minas Gerais e presidente da Federação das Academias de Letras.

Muito simpático, Aloísio, filho do farmacêutico Antônio Teixeira, de quem meu pai alugou um andar do sobrado abaixo da Padaria Rocha, nos idos de 61, me encaminhou um livro singelo, com oitentas páginas, intitulado “Poesias tardias”.

Na apresentação ele fala sobre o Gammon, as 13 disciplinas que faziam parte do nosso dia a dia, do meu tio Roberto Coimbra, Mestre em Português e de suas peripécias no tempo em que era presidente da União Colegial de Minas Gerais (UCML) e um pouquinho de nada de sua vida naquele tempo de radicalismo.

Mostra também que ser político e gestor não significa colocar uma pedra sobre arroubos do espírito e verseja tranquilidade ao dizer: “Há grandes vícios/que levam a precipícios./Há lugares ermos/onde só ficam enfermos.../O juiz tira a toga da razão/e o inocente só tem ali desilusão!/Vivi tempos de gloria/e deles tenho na mente a memória.”

Vale, e